Cirurgia Ortognática

É também conhecida como cirurgia para correção dos maxilares. Tem como objetivo, corrigir determinadas desarmonias estruturais da face, as quais foram determinadas por uma alteração em seu desenvolvimento fora do padrão ideal. A identificação destas deformidades, inicia-se através de uma criteriosa e minuciosa avaliação clínica facial do paciente juntamente com exames complementares como: radiografias, estudos cefalométricos, tomografia computadorizada, entre outros.

A cirurgia ortognática é um procedimento cirúrgico odontológico, realizada por cirurgiões Buco-Maxilo-Faciais e pode ser executada com previsibilidade e segurança. Utilizando sofisticados e modernos  softwares, o cirurgião tem condições de diagnosticar e elaborar um plano de tratamento, o qual será apresentado ao paciente, sendo possível visualizar o resultado final com alto índice de proximidade ao resultado real. Desta forma, o profissional e paciente, no pré-cirúrgico, ganham ainda mais confiança para discutirem suas expectativas estéticas e funcionais, resultantes do tratamento, oferecendo ao paciente uma melhora funcional significativa na fala, mastigação e respiração, além da harmonia/equilíbrio facial (estética facial).

1– Pessoas que apresentam alteração na posição da mordida, geralmente causada pelo crescimento desproporcional das estruturas ósseas da face, onde a parte de baixo (mandíbula) e a de cima (maxila) podem desenvolver-se de forma diferente e podem causar dificuldades na fala, mastigação e respiração. O planejamento e o tratamento nestes casos, muitas vezes envolve a atuação multidisciplinar (Ortodontia, Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Otorrino, Cirurgia Plástica, entre outros).

As deformidades dentofaciais apresentam-se de diversas formas, podendo se destacar em:

  • Micrognatismo ou Retrognatismo: situação clínica em que a mandíbula apresenta-se menor e posicionada atrás da maxila, dando a impressão de que o queixo está muito para trás. Esta deformidade é conhecida como Classe II;
  • Prognatismo: A mandíbula apresenta-se maior e posicionada à frente da maxila, dando a impressão de que o queixo está muito para frente. Esta deformidade é conhecida como Classe III;
  • Assimetria: Os maxilares apresentam desvios em relação à linha média da face do paciente, podendo ser para a direita ou para a esquerda, ou ainda um lado da face mais alto ou mais baixo que o outro;
  • Deficiência transversal: A maxila é menor que a mandíbula no sentido horizontal;
  • Mordida aberta: Os dentes superiores anteriores não se aproximam dos dentes inferiores anteriores;
  • Mordida profunda: Os dentes inferiores anteriores encostam no palato (“céu da boca”) ou são cobertos pelos superiores anteriores.

2– Pacientes que apresentam patologias articulares (articulação têmporo mandibular – ATM) associadas à dor, estalido e crepitação e decorrentes ou causadoras do crescimento e desenvolvimento fora do padrão ideal das estruturas faciais. Nestes casos, uma avaliação criteriosa é imprescindível para um diagnóstico preciso, sendo possível determinar um plano de tratamento adequado, eliminando ou diminuindo a sintomatologia e dando ao paciente condições de uma qualidade de vida compatível com o ideal. 

3– A cirurgia ortognática é também um excelente meio de tratamento para as pessoas que sofrem de Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS). O cirurgião, juntamente com o Otorrino e Médico do sono, estudarão os benefícios da intervenção cirúrgica, a qual basicamente resultará em um maior ganho em volume das vias aéreas superiores devido ao posicionamento mais anteriorizado das estruturas faciais, ficando livre portanto, do uso de CPAP.

O dentista ortodontista é o mais indicado para avaliar inicialmente a necessidade de alinhamento, ajustes oclusais e qualquer mecânica necessária para movimentação dos dentes do paciente. E se apenas a ortodontia não for suficiente para criar a harmonia necessária, o Buco-Maxilo é o indicado para planejar e executar a cirurgia, e ambos os profissionais acompanharão toda a evolução do caso.

Sobre a Cirurgia:

Estando o tratamento ortodôntico concluído e a saúde bucal preservada, a cirurgia poderá ser iniciada. É um procedimento eletivo ou seja, programado, sendo realizado em ambiente hospitalar pela equipe de Cirurgiões Buco-Maxilo amparados por um anestesista em tempo integral ao procedimento.

Acesso à face:

O procedimento cirúrgico é realizado por acessos intra-orais (dentro da boca), não deixando cicatrizes aparentes na face. A operação consiste de fraturas totalmente programadas nas estruturas ósseas, chamadas de osteotomias, que são reposicionadas pelo cirurgião na posição idealmente planejada e fixadas com miniplacas e microparafusos especiais bio-compatíveis.

Após a Cirurgia é necessário ficar com a boca amarrada?

Devido aos grandes avanços nas técnicas cirúrgicas, não há necessidade do paciente ficar com a boca bloqueada (amarrada), são usados apenas elásticos por um período para guiar a oclusão.

Internação:

É necessário que o paciente se interne com antecedência estipulada pelo cirurgião e que esteja em jejum de 10 horas. Geralmente o paciente é liberado no dia seguinte à cirurgia para ter uma recuperação mais confortável em sua casa.

O paciente ficará em acompanhamento semanal com o cirurgião no primeiro mês, e terá algumas  restrições nos primeiros meses, entre elas:

Alimentação: Deverá ser de consistência pastosa e líquida nas primeiras semanas, aumentando a consistência dos alimentos de acordo com a liberação do cirurgião, pois é necessário evitar esforços mastigatórios na área operada por um período.

Repouso È necessário que o paciente permaneça em repouso relativo nos primeiros 05 dias, ficando afastado de suas atividades normais por até 10-15 dias, e durante as consultas o cirurgião avaliará as condições do mesmo para retornar a sua rotina aos poucos.

Higiene bucal: A higiene bucal na fase pós-operatória é um importante auxiliar para uma recuperação saudável, evitando dores e  injúrias inflamatórias á gengiva. Este processo será supervisionado semanalmente pelo cirurgião, e deve ser regularmente realizada pelo paciente após todas as refeições.

Medicação:  O paciente será orientado sobre as medicações pós-operatórias que deverão ser seguidas corretamente para auxiliar na recuperação e evitar complicações pós-operatórias.

O paciente permanece inchado por quanto tempo?

Após a cirurgia o paciente poderá apresentar sinais de inchaço (edema), vermelhidão, hematomas na área operada que são consideradas normais no inicio de pós-cirúrgico. Um pequeno sangramento na boca e pelo nariz também são esperados. Lembrando que cada paciente responde de forma diferente a estas condições.

A face fica anestesiada por quanto tempo?

Após a cirurgia, é normal que alguns pacientes fiquem com parestesia (perda temporária da sensibilidade, sem perda da função motora), uma sensação de anestesia na área operada que ocorre  principalmente na região inferior, perto do queixo.  Sua duração é de algumas semanas ou meses. Esta alteração de sensibilidade, acaba tendo um ponto positivo no pós operatório. O fato da paciente apresentar esta anestesia temporária, faz com que o mesmo não tenha dor após o procedimento! A atuação da Fonoaudiologia e Fisioterapia especializada, após o procedimento cirúrgico, serão fundamentais para uma recuperação muito mais adequada e ágil, proporcionando ao paciente maior conforto.

Quando indicada, a Cirurgia Ortognática, pode se tornar isoladamente, ou associada à outras técnicas, como um procedimento resolutivo para o tratamento das pessoas que sofrem da Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS). É considerada como uma doença crônica, evolutiva, gerando graves repercussões hemodinâmicas, comportamentais e neurológicas, sendo classificada como um problema de saúde pública, atingindo milhares de pessoas pelo mundo. O cirurgião Buco Maxilo Facial, juntamente com o Médico Otorrinolaringologista, estudarão os benefícios da intervenção cirúrgica, realizando o diagnóstico necessário para avaliar a melhor conduta para o tratamento.

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